quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Férias nem sempre são só férias.

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce!



O núcleo duro de Geo propõem-se passar belos e merecidos dias de ócio na ilha descoberta por Tristão Vaz Teixeira e João Gonçalves Zarco em 1419. Viagem adquirida nos autocarros da carreira do ar, contactos de alojamento e mobilidade estabelecidos e eis que chega o dia 3 de Agosto.
Bem cedo, e pela fresca como se espera, o grupo agrega-se (ou parte dele) na estação da Batalha a fim de seguir para terra de mouros de expresso.
Entre gargalhadas e a Playboy, o “Camarada” Aires arranja um excelente companheiro de viagem, o Paulino surge com um arremedo quase perfeito do Doçuras e a tenda de campismo de um qualquer veículo fica abandonada no meio da auto-estrada. Percalço passado, ficamos todos a saber que as mulheres têm uma borboletinha e Lisboa fica mesmo no cú de Judas.
Chegados a “Sete Rios” começamos a ser surripiados… não por um qualquer arrastão, mas por um custo de €3,5 pelo Aerobus – roubo!
Um almoço mal servido pago a peso de platina e o check-in feito. Tomem lá, ficam com prioridade A que é pa não serem diferentes da desgraçada gripe.
Entre baptismos de voo e mais um companheiro de viagem, que heterossexualmente não inspirava muita confiança, mesmo dizendo ir fazer a pazes com a ex amante.
Placa com Sr. Paulino e a primeira risada madeirense: afinal havia carros de aluguer.
Apetrechados de Clios e Táxi, chegamos a casa… desculpem, ao nosso palácio! Mas que bem que os meninos se hospedaram. Mas por favor, luz é que não!
Saídos para jantar e guiados pela Catarina, irmão e Pedro, fomos ao Restaurante Santo António no Estreito da Câmara de Lobos. Iguarias como Espetada, milho e bolo do Caco com manteiga de alho, regadas pela excelente sangria, proporcionaram aos meninos um bom repasto!
De seguida, Lido. No Nº2 afundamos as goelas na Poncha de Maracujá e Tradicional, porque a garganta tinha de estar no ponto para se cantar o Bailinho da Madeira:
“Eu venho de lá tão longe
Eu venho de lá tão longe
Venho sempre à beira-mar
Venho sempre à beira-mar
Trago aqui estas couvinhas.
Trago aqui estas couvinhas.
Pr’á manha o seu jantar.
Pr’á manha o seu jantar.
Deixa passar esta linda brincadeira
Qu’a gente vamos bailar
Pr’á gentinha da madeira
Deixa passar esta linda brincadeira
Qu’a gente vamos bailar
Pr’á gentinha da madeira
E a Madeira é um jardim.
E a Madeira é um Jardim.
No mundo não há igual.
No mundo não há igual.
Seu encanto não tem fim.
Seu encanto não tem fim.
A filha de Portugal.
A filha de Portugal.
Deixa passar esta linda brincadeira
Qu’a gente vamos bailar
Pr’á gentinha da madeira
Deixa passar esta linda brincadeira
Qu’a gente vamos bailar
Pr’á gentinha da madeira”
Depois já se sabe… tudo a olhar de lado e os meninos a fazer a festa. É a vida!Nanar e dia seguinte alvorada…
Saímos cedo de casa e directos para o teleférico da Madeira, desfrutamos de uma panorâmica aérea sobre a cidade do Funchal. Posso dizer que, à excepção do Ricardo, todos adoramos a vista. Chegados ao topo, depois do Aires ter adquirido o DVD promocional da Ilha que até agora ninguém sabe se contém alguma coisa, foto de grupo: Sílvia, Filipe, Rita, Luís, Isabel, Aires, Catarina, Liliana, Martinha, Ricardo e Paulino aproveitam para perpetuar o momento… e que lindos ficaram os meninos.
Seguindo para os famosos cestos de vimes que assentam em barras de madeira, deparamos com a Igreja da nossa Senhora do Monte. Mais umas fotografias e vamos à aventura. Negoceia-se o preço e… nada! Como se diz: menina bonita não paga, mas também não anda. Pagamos o que foi pedido e mais nada. Confesso, estávamos à espera de mais. Afinal os carros não atingem a velocidade esperada, mas valeu pela experiencia e pelo que vinha a seguir.
Parou-se em todos os tascos bebendo uma, duas ou mais ponchas… ou o que nos dessem. Conhecemos a fresca Bisavó Sara (acho eu), a Cátia de Setúbal (que é abstémica e treme muito por causa dos medicamentos) e o grande, enorme, gigantesco Zé Zé (que de abstémico não tem nada), provavelmente a pessoa mais conhecida da Madeira logo depois o Tio Albert John Garden e do SÁ. “Cristiano Ronaldo father talk to me… como eu tou a falar contigo.”
Depois de tanto beber e chegar finalmente ao centro da cidade (mais uma poncha noutro boteco po caminho) espalhamos magia na Santa Catarina do Funchal. Era ver aquela gente habituada a brandos costumes fugir a sete pés dos cânticos e reboliço dos afamados Geógrafos e das bem integradas caras metade. Compra-se a banana e fala-se do tio Garden com toda a gente. Lindo, o tipo é o maior e eu concordo!
Com os copos almoça-se onde? MacDonalds! Sim, existe na Madeira!
Gracioso é que, durante a viagem para Porto Moniz a fim de desfrutar as Piscinas Naturais, o Filipe diz que pela primeira vez na vida, depois de almoçar no Mac arrotou a poncha… porque será?
Chegados à vila de Porto Moniz, fomos directos para as piscinas naturais – sem dúvida o seu maior atractivo! Formadas a partir de rochas vulcânicas, estas piscinas são enchidas pelas marés logo não tem despesa. Pergunto, porque se paga €1,5? De qualquer forma foi óptimo tomar banhos de mar sem ter areia enfiada nos calções e nos… calções também. Bendito seja o cimento. No regresso, cabo Girão pá foto de família.
Jantar, concerto no chuveiro do Aires com abertura de pista da Isabel e do Ricardo, conhecemos a Mónica e à Terça-feira não se sai no Funchal: amigos, para beber vamos pa casa que fica mais barato.
No dia seguinte encontramo-nos com a que viria a ser a nossa guia oficial...
Primeiro: Ponta do Garajau, freguesia do Caniço para ver o Cristo Rei. Única vantagem? Do outro lado não se vê Lisboa. De seguida Ponta de São Lourenço, extremo Este da Ilha -"Aquilo é um parque Eólico! - Quê? Duas? Até em minha casa tenho mais Abentuinhas!".
“Quero Peixe Espada preto com banana” dizia a Catarina e o seu desejo foi satisfeito: almocinho no Caniçal à beira mar (complicado arranjar mar na Madeira).
Logo depois, noutra ponta, Serra d’Água… poncha do melhor que se bebe na Madeira. Num local ermo, a única habitação é um tasco que serve do que de melhor há no arquipélago: que mais um homem pode querer?
Para não perder o ritmo, direcção Câmara de Lobos. Perguntam-se, o que foram lá fazer? Beber, beber, beber… Poncha, “La Negra”, Nikita e nem sei que mais. Estes tipos na Madeira tratam-se mesmo bem… posso dizer que é um pequeno paraíso para um qualquer Paulino.
Vamos comprar fêveras pós panados e de seguida vamos à Eira do Serrado. O caminho pode ser retratado com um: sobre sobe balão, sobe. - Era subir sem parar! A meio, paragem pás ginjas e o nevoeiro começava a antever que não vamos fazer nada lá cima. Ok, ok, um concerto em dó maior do bailinho interpretado pela Catarina, Liliana, Martinha e Sílvia… só visto. Souvenirs e muitos caralhinhos pá família.
Casa, panados com arroz de feijão da Sílvia e toca a fazer sacos: amanhã seguimos no Lobo-marinho pa Porto Santo. Logística toda acertada e pasmem-se, a directa espera-nos! Saída para a discoteca do Casino – Copacabana – com noite Rock e bebidas a metade do preço. A loucura! Luís, Rita, Aires e Isabel seguem pa casa, os restantes (la piece de'la resistance) seguem para o Molhe acompanhados da Mónica que entretanto decidiu seguir caminho para o Porto Santo com os meninos. Muito álcool, coreografias, dança, e logo ali ao lado o Porto. As 7h prontíssimos e de directa pa seguir. Primeiro contratempo e o Ricardo quase fica em terra com a “pequena” Mónica. Viagem normal pa quem não dormiu… e a excelente companhia da mini, do Luís e do Filipe. Vislumbram-se por segundo os golfinhos e uma hora depois chegamos. Carros alugados, vamos nós para a casa da Serra: o turismo habitação no seu estado mais natural!
Malas descarregadas, teias de aranha limpas, louça extremamente suja descoberta, lençóis por passar: que felicidade. Seguimos para almoçar e depois praia. Entretanto e graças à Catarina Madeirense, lá se arranjou um cantinho 500 vezes melhor e a 300 metros da praia… ah, mais barato 200 euros. Loucura!
O Gang Bang arma o esquema, segue à dita casa da Serra, passa pelo segurança Alberto (acho) usa a técnica de sombra para não ser visto pelos vizinhos e limpa as malas de lá enquanto o diabo esfrega um olho. A Isabel, o Luís, o Filipe e o Paulino portaram-se como profissionais. O meu conselho é para ponderarem em desenvolver a actividade futuramente.
Mudanças feitas e daqui em diante foi o que se esperava para Porto Santo: praia e noite. Água super agradável, temperatura do ar constante e alta. Em casa já se sabe: tarefas divididas, comida sempre de alta qualidade, sangria ou caipiroska… Txi…
Docas, pé na água, poncha, whisky, caipirinha ou oska e cerveja… eram palavras obrigatórias à noite.
Sábado não houve festa da espuma no beach party, mas houve uma enorme tromba de água… terminou-se a noite cedo e partimos no dia seguinte. No barco procurava-se a RTP1… o FCP não espera, encomendava-se uma pizza muito boa feita por um ginecologista. No Funchal, o João (irmão da Catarina) transportou as malas até ao hotel. Arrumar malas (a recepção bem protegida pelo Deus Baco) e o ultimo passeio nocturno pelo Funchal. Dia seguinte a manha designada à compra dos souvenirs, almoço com direito a vista sobre a barata de patitas pó ar: “Que quer que lhe faça menina?”, a viagem no autocarro da carreira até ao aeroporto por lugares nunca antes descobertos e à chegada: “Voo com Atraso”. Atraso??? Azar… segue-se na mesma e vão mais uns souvenirs de aeroporto. A bela da T-Shirt das vaquinhas madeirenses do Filipe e quando passamos no controle: Piiiiiiiiiiiiiiiiii! A Liliana traz metais a mais. Será do aparelho? Catarina, um frasco de compota pá mamã com mais de 100ml? Tem de ficar… “Ó senhora, isso tá limpinho. Pode levar pa casa e coma, não deite fora que é pecado”.
Ups, vamos perder o comboio ou o expresso! Nah… mais de uma hora de atraso foi óptimo, ainda deu pa comer um preguinho em Bolo de Caco, não foi Liliana?
Não bastava grande reboliço e animada leitura da estirpe das melhores receitas madeirenses em alemão pela voz alta, loira e espadaúda Liliana, quando o pequeno grupo se depara com a olvidada mala em plena fila da prioridade “B”. Humberto o proprietário. Após sonoras solicitações da designada pessoa pelo já afamado grupo, o indivíduo (provavelmente retido numa qualquer casa de banho devido a uma disenteria) não se acusa! Aí, solicita-se o apoio do menino da EasyJet que prontamente… nada faz. O aspecto sinistro e intrigavel da dita mala, torna-se na comédia de duas horas de espera. “Ó Humberto, ou apareces ou roubamos-te a roupa!”. Hilariante… só ao nível dos mais afamados representantes do Stand-Up Comedy. Entre sacos do lixo pretos e chalaças à origem do sujeito, o dito fez-se predicado e, ao género de Hollywood aparece como se dissesse, tá tudo controlado. Os meus amigos estão aí… ou não. Entre o quente e o frio, Coimbra fica logo ali ao lado de Portalegre.
Melhor mesmo é dizer-se que além de multifacetados, os Geógrafos tem a capacidade da multiplicação populacional.
Então e o retardamento? Horas depois lá entramos no requintado transportador aéreo. Mais uma vez, sem perceber puto do que dizia o Comandante lá fomos nós a caminho de Lisboa… Indo eu, indo eu… em atraso.
Viagem de avião e chegada a Lisboa. Mísera cidade que nem uma carrinha de 9 lugares as rent-a-car tem. A Catarina seguiu pós Algarves, o Luís e a Rita para o Alentejo. Os restantes? Aerobus, onde o Paulo Pires (o actor) mostrou ser um grande nojento, e deu-se a chegada a 7 Rios. Expresso pa todos, Cachorros e Hambúrgueres de roulotte também… a típica “até a barraca abana”. Mais uma vez, graças à gigantesca capacidade da multiplicação ou dos contactos do Ricardo, apanhamos na estação mais uma: a Rita da Lixa que tal como nós tinha feito uma viagem interminável de avião… Indonésia. Quase o mesmo que vir da Madeira.
Partida às 0h15…. Ou não. Saímos já passava da 1h. Lugares a menos é igual a gente a mais. As nossas malas num autocarro e nós seguimos noutro. Porto para a Martinha, Liliana, Aires, Isabel e Ricardo. Famalicão para a Sílvia e Filipe. Braga para o Paulino.

Terminou… tenho saudades!

Mais havia para contar, mas nem todos os momentos foram vividos com o estado de sobriedade exigido. Algumas histórias lembro, mas prefiro não contar, outras não lembro e prefiro não lembrar.
Provavelmente, passei uma das semanas mais agradáveis da minha vida. A convivência foi perfeita e eu sinto-me com vontade de repetir. A todos o meu muito obrigado por me terem proporcionado esta semana fantástica…
Desde que o façamos juntos, eu organizo as coisas no próximo ano!
Beijinhos, abraços, muitos palhaços e uma amizade cheia de poncha
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