domingo, 17 de maio de 2009

2 pequeninas semaninhas

Terminou quase imaculadamente o meu périplo pelas queimas das minhas mui nobres cidades do Porto e Braga. Correctamente, e como alguém faz questão de corrigir, queima e enterro respectivamente.

Nada de atestados, consegui passar sete noitinhas mágicas entre a antiga feira popular do Porto e a entrada do Estádio Municipal de Braga. A magia foi de tal ordem que, por vezes, consegui fazer desaparecer da minha lembrança, algumas horas das vividas nestes espaços carregados de boa disposição e uma mescla de odor a álcool e urina. Belo cenário!

2 de Maio de 2009, sábado, vai ser sempre “O Sábado”. Jantar da velha guarda, a nata, “crème de la crème” que, entre vinho, bagaço, whisky, alguma comida e Coca-Cola para o Coca-Colas, os meninos invadem o “Ponto G” com os actos mais primazes de bem saber estar e gigante capacidade de espalhar magia. A noite do Açores, a noite dos estalos de Messieur “Le Blitz”, a noite dourada dos cabelos da loira, a noite das calças pra baixo de alguém magnânime, resumindo, a noite das noites. Pura diversão loucura e folia, a inveja dos carnavalescos brasileiros, a redução da combatividade dos mais ferozes guerreiros na mais sangrenta batalha e a maior expoente liberdade que um qualquer 25 de Abril. Queima é queima, tão evidente como “estar vivo ser o contrário de estar morto”.

O resto, já se sabe… 3 de Maio de 2009, a noite da cerveja! Provavelmente, em 11 anos a noite que mais recorri a um qualquer urinol ou muro urinavel. Calmo, pacífico, tranquilo, com ida de autocarro até aos aliados para apanhar táxi pa casa: “em 11 anos é sempre a mesma coisa, na hora H vão sempre pra casa.”

5 de Maio de 2009, cortejo supremo, Geografia ao seu nível e a tradição da “Flor de Bragança” cumpriu-se e o cortejo invertido. Noite das reticências. Tudo quanto me disserem… eu acredito.

8 de Maio de 2009, cheira a final… a vontade de aproveitar todos os momentos faz-me beber como se não houvesse amanhã. E não é que não havia mesmo? Olvidaram-se de abrir novo dia e eu permanecerei até ao 1º dia da queima de 2010 aprisionado aquele fantástico espaço, como paisagem aquela barraca azul e como centro do meu mundo aquela “piquena” botella de whisky. Entre prazeres momentâneos, biquinho de despedida e mais de meio curso a admirar a real façanha: à leão!
Para sempre presente até ser parte de ti, serei intemporal, passarão gerações e estarei lá… porque serei eternamente estudante louco e lúcido do auge de um qualquer ano civil: no primeiro fim-de-semana de Maio será sempre o início do encontro de mim comigo mesmo!

9 de Maio de 2009, Braga, Pedro Abrunhosa, enterro, lua cheia, “Lua, lua, eu quero ver o teu brilhar, lua…”, as lágrimas de quem nunca chora, o impossível torna-se concretizável… porque não? Afinal: “Loucas são as noites, que passo sem dormir”.
Com os primos, táxi, cachorro no fim e armado em arcebispo em Braga, termina a noite, faz-se domingo e tenho de ir almoçar a casa.

12 de Maio de 2009, as terças deixam-me com medo! O espírito “Fokia” invadiu-me e foi sair com o dia a raiar, os gratuitos autocarros, o panadinho na zona da UM e paragem na “Flor da Venezuela”… casa, amanha é dia de labuta.

15 de Maio de 2009, o término de 2009 entra na minha mente 2010, a minha passagem de ano. Bem regado, nem a bênção da pluviosidade acalmou a fera. A presença das gentes de Viana dá direito a beijinho de bombeira. Fogo? Só bem mais tarde, ficando a casinha a arder. Táxi, casa e o descanso do sobrevivente.
Fraquinho? Não, 30 anos não são 29… dói, aleija, fere, mas não mata! E como o que não mata nos torna mais fortes, após estas noites mágicas sou um qualquer Super-Homem, Hulk ou Atom Ant.
É um facto que os lapsos de memória acontecem, como é lógico, fruto do avançar da idade, mas perpetuam-se os momentos em que sou rei e “sinto me super homem, sinto me grande, sinto me dono do metro quadrado onde assento os meus pés, sinto me sobriamente bêbado, sinto me capaz de roer a corda e fazer acelerar o mundo.”

Hoje sinto-me outra pessoa, sinto-me melhor, sinto-me exacto, sinto-me adormentado, mas feliz. Saudoso desses momentos pândegos, hibernarei até 2010.

A todos, beijinhos, abraços, muitos palhaços e chocolate nas mamas…

Tenho dito.

P

1 comentário:

wound disse...

Caro amigo,como me revejo nas tuas palavras... Este ano com menos chapadas mas com o espirito de sempre, são estes os momentos que nos relembram dos dias imensos que passamos e que jamais cairão no esquecimento... desde a 1.º imagem de uma personagem com um enorme casaco de pele preto (qual super heroi) abraçado a uma miuda qualquer até a uma outra de um rabo pálido e um badalo pronto a tocar a rebate, são estas histórias que ficam no recinto mas que vivem dentro de todos nós!

Sempre a estimar-te caro amigo